Momento Espírita
Curitiba, 28 de Março de 2024
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ícone A crença em Deus
 

O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não é fruto da educação, nem resultado de idéias adquiridas.

A prova disso é que esse sentimento é universal e o encontramos mesmo entre selvagens.

Esse sentimento instintivo a respeito da existência de um Ser Superior nos afirma que Deus existe.

Foi isso que Dana aprendeu com seu filho. Quando ela mesma era criança, não conseguia entender algumas coisas que lhe ensinavam.

Por exemplo, perguntava se os anjos ficavam tocando música no céu, como é que as nuvens conseguiam sustentar os pianos?

Ou então, como é que Jesus poderia ajudar alguém ficando preso a uma cruz com pregos enfiados em Suas mãos?

Porque não encontrasse as respostas adequadas, ela abandonou a religião e passou a não acreditar em Deus. Casou, tornou-se mãe e nunca a questão religiosa foi tratada em seu lar.

Agora, sozinha com seu filho de 4 anos, ela estava ansiosa por notícias de seu marido. Ele partira para o Iraque, convocado pelo Exército.

Ela temia que ele não voltasse. Estranhamente, o pequeno Luke falava calmamente com seu pai ao telefone.

Certa noite em frente à TV, ela ouviu a entrevista de um soldado que estava de licença para se casar.

Ele dizia ter medo de voltar para o Iraque, porque aquilo tudo era muito perigoso.

Pelo canto do olho, Dana viu que Luke, sentado também em frente à TV juntou os dedinhos e baixou a cabeça por uns segundos.

O que é que você está fazendo, filho?

Ele não quis contar. Mas, depois de alguns minutos, repetiu o gesto. Ela insistiu: Filho, você não precisa me contar se não quiser. Mas se quiser, estou ouvindo.

O menino cravou nela os olhos límpidos e falou baixinho: Estou rezando pelo papai.

Ela ficou desconcertada. A forma como criara seu filho o fazia sentir vergonha por rezar por seu pai, na sua própria casa.

Como a semente da fé fora parar no coração de seu filho ela desejava saber.

Por isso, perguntou quando ele começara a acreditar em Deus.
Eu não sei, foi a resposta do garoto. Sempre soube que Ele existia.

A jovem mãe se deu conta que a fé havia encontrado um caminho até o coração de seu filho. Uma fé incondicional.

O garoto orava e guardava a certeza que Deus traria seu pai de volta.
E o trouxe. Contudo, se algo houvesse acontecido a ele, Luke saberia que seu pai estaria esperando por ele, em algum lugar, além desta vida.

Uma fé que o faz ter absoluta certeza que tudo é possível. E que, ao fim de sua vida, ele vai se juntar a seus heróis e entes queridos, mamãe, papai, avós e até o seu boneco de brinquedo.

As preces de Luke se estendem ao Infinito e além. Ele tem certeza da existência de Deus, um Pai que o ama e Se importa com ele, com seus amores, Seus brinquedos, com o seu mundo.

*   *   *

Quem tem fé, olha para a vida com lentes especiais. Quando caminha ao longo de um rio, não vê apenas a água correndo pelas pedras.
A paisagem o enche de êxtase. Enxerga um reino de esperança além deste mundo, enquanto os demais veem apenas um regato murmurando.

Quem tem fé, contempla as estrelas com a certeza de que um dia todos chegaremos lá. Não importa quanto demore, o quanto custe.

Um dia, perfeitos, viveremos nas estrelas mais brilhantes, celestes mundos criados por Deus para a morada dos Seus filhos.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo A prece de Luke,
 de Dana Tierney, de Seleções Reader’s Digest, de maio 2005 e
 nos itens 5 e 6 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 31.01.2010.

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