Momento Espírita
Curitiba, 19 de Abril de 2024
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ícone Vidas transformadas

Foi no ano de 1921 que Lewis Lawes assumiu a direção da prisão de Sing Sing, considerada uma das mais rigorosas.
Casado e com 3 filhos pequenos, aconselhou sua esposa par que jamais adentrasse os muros da prisão.
Mas Catherine, jovem e maravilhosa, não deu atenção ao conselho. Quando o primeiro jogo de basquete foi realizado na prisão, ela compareceu.
E levou os 3 filhos. Atravessou a quadra e se sentou ao lado dos internos, nas arquibancadas, acomodando as crianças ao seu lado.
Ela costumava dizer: “meu marido e eu vamos tomar conta desses presos. E eles, com certeza, vão tomar conta de mim.”
Ela fez amizade com os prisioneiros. Conheceu suas histórias. Importou-se com eles.
Certo dia soube que um presidiário, que cumpria pena por assassinato, estava cego.
“Você lê em braille?” Perguntou ela, quando o foi visitar.
“O que é braille?” – ele indagou.
Ela o ensinou a ler. Anos depois, recordando o fato, ele ainda se emocionava, falando com afeto sobre ela.
Durante 16 anos, Catherine transformou a terrível prisão em uma instituição humanitária.
Então, no ano de 1937, ela sofreu um acidente de carro e morreu.
Na manhã seguinte ao desastre, o senhor Lawes não foi para o trabalho e o diretor interino o substituiu nas tarefas.
Logo, a prisão inteira percebeu que alguma coisa estava errada.
No outro dia, todos já sabiam que Catherine morrera e que seu corpo se encontrava num caixão, em sua residência, que ficava apenas a 1.200 metros da prisão.
Quando o diretor interino fazia sua inspeção rotineira, surpreendeu-se em ver um grupo de prisioneiros, amontoados como animais diante do portão principal.
Eram homens que tinham cometido crimes medonhos. O diretor interino se aproximou e descobriu que havia lágrimas nos olhos deles.
Eram lágrimas de sofrimento e tristeza.
Calados, eles diziam pelas expressões, que desejavam ardentemente ver Catherine uma última vez.
Aquele homem sabia o quanto todos os prisioneiros amavam a mulher que partira repentinamente.
Por um instante, pensou. Depois, virou-se, encarou o grupo e tomou uma decisão: “muito bem. Vocês podem ir até a casa de Catherine”.
Abriu o portão e os criminosos foram saindo, sem escolta, na direção da residência do diretor Lawes.
“Eu quero ver todos vocês de volta esta noite!” – disse ainda o diretor interino.
Eles seguiram em silêncio, ficaram na fila, junto a outras tantas pessoas, e prestaram suas últimas homenagens a Catherine Lawes.
Imagina quantos voltaram?

Quando o dia terminou, todos eles, sem exceção, retornaram para a prisão.

***

Não acreditemos na esterilidade e no endurecimento do coração humano.
Ao contato do amor verdadeiro, que propicia a felicidade, desde a vida terrestre, as criaturas se modificam.
O amor é um ímã a que não podem resistir mesmo os maus, ou pessoas consideradas de má vida. Ao contato do amor fecundam-se os germens que existem, em estado latente, nos corações humanos.
O amor tudo transforma onde quer que floresça.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. Vidas transformadas, de Tim Kimmel, do livro Histórias para o coração, de Alice Gray, ed. United Press e cap. XI, item 9 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB.

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