Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Tempos de omissão

Vivemos na Terra tempos muito difíceis. A maldade de alguns indivíduos é audaciosa e intimidadora.
Parece que a humanidade está retrocedendo aos tempos de barbárie e nada se pode fazer para deter esse estado de coisas.
Em quase todos os setores da sociedade vamos encontrar vestígios da violência em suas mais variadas expressões.
E por que isso acontece? Será que a humanidade é formada, em sua maioria, por pessoas más?
Onde estão as pessoas de bem?
Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec propôs a seguinte questão aos Sábios do espaço:
Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
E os benfeitores responderam: “por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.”

A resposta nos faz perceber claramente porque a humanidade está como está.
Os maus são intrigantes e audaciosos e por isso intimidam os bons.
A timidez dos bons é a grande responsável pelo atual estado de coisas da nossa sociedade terrena.
Impressionante como as pessoas de bem se deixam levar por essa onda de violência intrigante.
O depoimento de algumas pessoas publicado em uma revista de grande abrangência em nosso país, por ocasião do atentado na Rússia, fala-nos dessa realidade.
Uma mãe chegou a desabafar: “diante de tantas atrocidades cometidas contra nossas crianças, só me resta pedir desculpas aos meus filhos. Coloquei-os no mundo e agora não tenho como protegê-los de tanta violência.”
É compreensível o desespero dessas pessoas, pois esse é o efeito esperado e premeditado pelos maus.
E quando falamos dos maus não nos referimos unicamente aos terroristas.
Existem muitos indivíduos maus se aproveitando dessas situações.
O pavor e o desespero gerado na população é o componente perfeito para a ação dos maus.
Um povo intimidado, desesperado e impotente é tudo o de que precisam os que querem tirar proveito disso.
No entanto, os benfeitores espirituais, que percebem a realidade de um ponto de vista abrangente, sabem que a solução depende dos bons, ao afirmarem: “quando estes o quiserem, preponderarão.”
Só que muitos dos que se dizem bons, e alguns religiosos de várias crenças estão ocupados em defender o seu “bem” exclusivo, atirando fora todo bem que não seja praticado pelos de sua religião.
Ou os bons assumem a sua bondade, ou não são bons.
Jesus jamais se omitiu diante de qualquer situação. Sempre se posicionou favorável ao bem, sem se importar com quem o praticava.
Em resposta aos discípulos que haviam proibido um homem que expulsava os demônios em nome de Jesus mas não o acompanhava, Jesus disse-lhes, com sabedoria: “não o proíbam, porque quem não é contra nós, é por nós”.
Isso é levantar a bandeira do bem acima de tudo. O bem é o bem. Isto apenas.
Quem prega o contrário, não pode estar movido por boas intenções.
São chegados os tempos em que precisamos assumir a nossa posição. Precisamos mostrar de que lado estamos: do lado de Deus ou de Mamom.
Em tempos de tanta violência, corrupção e falta de ética, não temos o direito de permanecer em cima do muro. Precisamos nos decidir.
Se dizemos confiar em Deus, é momento de assumir essa confiança. A confiança de que toda árvore que nosso pai não plantou será arrancada, conforme ensinou Jesus.
E a violência certamente não é árvore plantada pelo Criador.
Portanto, é hora de fazer luz. É hora de somar as boas qualidades e fazer valer o bem que desejamos.
É hora de altear bem alto a bandeira do bem, para que o bem sobrepuje o mal. Para que a luz afugente as trevas.
Pense nisso e considere que basta apenas querer.

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na questão 932 de O Livro dos Espíritos e no Evangelho de Lucas, cap. 9,50.

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