Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone Contra-sensos

        Você já observou alguma vez, que o nosso comportamento nem sempre está embasado na coerência?

        É comum percebermos alguns contra-sensos sobressaindo nas nossas ações.

        Um deles é o fato de pedirmos a Deus que nos dê saúde, e nos entregarmos a vícios geradores de enfermidades.

        Há contra-senso quando reclamamos os nossos direitos, desrespeitando os dos outros.

        Gostamos de ouvir a música de nossa preferência, e ligamos o som num volume que obriga os vizinhos a ouvi­-la também, esquecendo-nos de que, se temos direitos, os outros igualmente os têm.

        Às vezes, em nome da justiça que dizemos defender, cometemos outras tantas injustiças.

        Alguns de nós lutamos por defender a natureza, o verde, os animais, enquanto crianças morrem, vítimas da fome e da falta de atendimento médico, ao nosso lado.

        E, enquanto se divulga a intenção de conter a prostituição infantil, o dito turismo sexual, a pedofilia, os mesmos meios de comunicação que criticam essas barbaridades, promovem concursos nos quais são mostradas meninas de apenas 5 anos de idade com roupas coladas ao corpo, maquiadas como adultas, dançando freneticamente, de forma sensual.

        Dizemos lutar contra esses abusos, mas criamos todas as condições favoráveis para que proliferem. É um contra-senso.

        Outro aspecto está na luta pela paz. Os países, para preservar a paz, promovem o armamento.

        A paz não se conquista nos campos de batalha, nem virá por decreto. É luz íntima.

        Se não atentarmos para esses contra-sensos, estaremos passando aos nossos filhos a imagem de um mundo no qual não se pode confiar.

        Um mundo em que não se sabe o que é verdade e o que é mera ilusão, jogo de interesses, mentiras.

        É importante que decidamos quais são os nossos verdadeiros valores e lutemos por eles com fidelidade.

        Seja nosso falar: Sim, sim, não, não, conforme adverte o Cristo.

        Se nos agrada lutar pelos direitos, que o façamos integralmente, defendendo tanto os nossos, quanto os dos outros.

        Se quisermos defender a natureza, que a nossa defesa seja abrangente, defendendo tudo o que respira na face da Terra.

        Se desejamos que Deus nos dê saúde, lutemos por preservá-la.

        Agindo com coerência em todos os momentos, é que poderemos intitular-nos como verdadeiros idealistas.

* * *

        A paz construída sobre os escombros dos povos vencidos é vitória passageira.

        A felicidade conseguida à custa das lágrimas alheias, é mera ilusão.

        Os direitos que soterram os direitos alheios, são construção de desequilíbrios futuros.

        Só o respeito mútuo é capaz de efetivar o ideal no bem duradouro, para toda a eternidade.

Redação do Momento Espírita.
Em 14.01.2008.

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